terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Pâtes et Bananes

Eis que, a cada dia de aprendizado culinário em minhas navegações pela rede, surge uma pâte nova. Comecei aos poucos, sem nem saber que era pâte a massa que preparei para a primeira receita desse blog, a Galette de Pêssegos e Frutas Vermelhas. A massa era a clássica pâte brisée, a mais básica das massas de torta, também conhecida como "massa podre" no Brasil.

E já comecei errando para não fugir às raízes do meu espírito afobado. A receita que segui recomendava "1 stick of butter" e, confiante, meti um tablete de manteiga culinária sem hesitar. Já se imagina o resultado, obviamente "1 stick of butter" americano não corresponde a um tablete de manteiga do Brasil (o primeiro contém aproximadamente 120 g, ao passo que os nossos tabletes contêm 200 g).


Torta Banoffee tamanho família...

Não foi o fim do mundo, pois, como sabem, manteiga tem a habilidade intríseca de deixar tudo melhor. Então, o exagero só a aumenta a quantidade de gordura/gostosura da receita. Nada que uma dieta vegetariana durante o resto da semana não resolva.

...com creme e doce de leite comuns
Nesses últimos meses desde o primeiro contato com a temida pâte, descobri uma infinidade de outras pâtes, que, assim como a primeira, são precisas e intolerantes em seus ingredientes e indicações de preparação. Nada de manteiga derretida ou amolecida, a manteiga tem de estar gelada e cortada em cubinhos para se atingir a massa perfeita; entre outros. Typical french cooking.

Já estava, de certa forma, familiarizada com pâte brisée, pâte sucrée, pâte sablée, pâte feuilletée, pâte feuilletée inversée e pâte à choux (não que tenha preparado todas, me entendam). Contudo, escrevendo esse post, encontrei mais tipos cujo existência desconhecia, pâte phyllo, pâte à crêpe, pâte à pizza, pâte à pain. Vixi maria...

A última da vez foi a pâte sucrée para uma Torta Banoffee sem lactose. Adivinhem? Além de acasos do destino, o espírito afobado esteve presente novamente. Deixe-me contar do início.


Já estas individuais são para intolerantes a lactose
Aproveitando a ocasião do churras dos meus colegas de tradução (além da quantidade de pessoas, pois não havia como a consumirmos sozinhos na minha casa), preparei uma receita de Torta Banoffee para o Yahoo na semana retrasada (ainda não foi ao ar, logo mais posto o link com a receita mais detalhada e a origem da torta). Com doce de leite e creme de leite fresco batido, conforme manda o figurino, e com a massa de bolachas maisena que todos conhecem.

Foi um sucesso aparentemente, mas não provei um pedacinho sequer. As lombrigas e duendes que moram no meu estômago chiaram impacientes por uma semana. Então, lá fui eu, preparar uma torta segura para mim no último domingo, quando fizemos uma caranguejada por aqui.

As bolachas maisena Tostines da Nestlé contêm lactose, so that's a no (até então não havia descoberto que as da Triunfo não têm lactose). Já sei, uma pâte sucrée resolve, é perfeita para tortinhas doces, that's a bingo! Usei a receita do "Le Cordon Bleu: sobremesas e suas técnicas", só que ficou esfarelada. Levei à geladeira de qualquer forma e, para forrar as formas individuais, tive de apertar os farelos no fundo em vez de abrir com um rolo como deveria. Mais uma vez, o sabor agradou e elas não quebraram na hora de cortar, mas não ficaram perfeitas para mim pois sabia que o processo estava errado. Agora sei que deveria ter acrescentado um pouco de água para dar ligar.

Quem sabe na próxima eu acerto uma dessas pâtes da vida...


Pâte Sucrée

200 g de farinha
100 g de manteiga sem sal
40 g de açúcar de confeiteiro
2 gemas
1/4 de colher de chá de essência de baunilha
(+ duas colheres de sopa de água gelada para dar liga?)

Misture a farinha com a manteiga gelada cortada em cubinhos com os dedos. Junte o açúcar de confeiteiro. Bata levemente as gemas com a baunilha e despeje sobre a mistura. Misture com as mãos até tudo se unir. Se sua massar estiver esfarelando, tente acrescentar algumas colheres de sopa de água gelada. Molde uma bola e leve à geladeira por meia hora. Abra com um rolo e forre suas formas de torta de fundo removível. Fure os fundos e as laterais com um garfo. Asse a 190ºC por 20 minutos ou até as bordas ficarem levemente douradas.


Torta Banoffee

1 receita de pâte sucrée acima
340 g de doce de leite (usei de soja da Soymilke*)
3-4 bananas maduras de tamanho médio cortadas em fatias
200 mL de creme de leite fresco (usei chantilly vegetal Hulala*)
3 colheres de sopa de açúcar de confeiteiro
3 colheres de sopa de licor de café (usei o Káhlua*)
Chocolate meio amargo em barra

Deixe esfriar as bases das tortinhas. Recheie com doce de leite de soja. Cubra com as fatias de banana. Bata o chantilly com o açúcar até ficar fofo e aumentar de volume e adicione o licor de café. Misture bem e coloque colheradas em cima das fatias de banana. Use uma faca ou outro instrumento para raspar lascas de chocolate e jogue por cima do chantilly. Deixe as tortinhas num recipiente hermético na geladeira até servir. Rende 10 tortinhas de 8 cm de diâmetro.

Nhac

*Comentários:

Doce de leite de soja Soymilke
Não é exatamente cremoso, tem alguns grânulos e é preciso dar uma boa misturada antes de usar. O sabor agradou e não é tão doce quanto doce de leite.

Chantilly Hulala
Gostei bastante, não abaixa depois de batido como o chantilly tradicional e traz quase as mesmas quantidades de gordura saturada que o tradicional.

Licor Káhlua
Amei, está entre os meus licores favoritos a partir de agora. Não o achei forte demais quanto ao álcool e é bem adocicado, com um sabor e aroma incríveis de café. Não sobressaiu tanto quanto gostaria na torta.

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