quinta-feira, 7 de março de 2013

Guaiaó

No dia 23 de fevereiro, recebi um presente de aniversário incrível. Não posso dizer que foi o melhor de todos os tempos, porque estaria sendo injusta com muitas outras coisas maravilhosas que recebi e que seriam infinitamente melhores conforme a minha idade e temperamento. O que posso dizer é que esse foi o melhor nesse momento da minha vida.


E também foi um presente-apanhado, pois meu namorado aproveitou a ocasião para compensar o jantar de 5 anos de namoro que não tivemos no fim de 2012. Não posso culpá-lo por nada, já que escolhemos começar o namoro no dia 30 de dezembro (de 2007!) e, nessa data, torna-se inviável conseguir uma reserva até mesmo no boteco da esquina.

Eu escolhi que queria ir jantar no restaurante Guaiaó aqui em Santos, inaugurado em 2011 e eleito o restaurante revelação da Baixada Santista pelo guia Comer e Beber 2013 da Veja Litoral Paulista. Busquei sobre o local em diversos sites e blogs caiçaras e tudo o que vejo são elogios.

O negócio é uma parceria de dois amigos de infância, André Antivillo e André Ahn, o último trabalhou com chefs como ... e Alex Atala no D.O.M. De estilo contemporâneo e sofisticado, não há um restaurante do mesmo nível por aqui. O carro-chefe da casa sãos os dois menus degustação; um de quatro pratos por 120 reais e outro de dez pratos por 180.

Inicialmente, estava pretendendo fazer o menu de quatro pratos, mas decidi que não queria fazer muitas misturas e talvez fosse muita quantidade para mim.

Então, vamos à parte que interessa e pela qual you've all been waiting for, as fotos! Devo ressaltar que eu queria mergulhar com garfo e faca em cada prato perfumado e lindamente decorado que surgia à minha frente, mas o "presenteante" fez questão que eu tirasse foto de cada coisa servida (com exceção do couvert). Afinal, as sensações do jantar jamais serão esquecidas, mas é sempre bom ter um lembrança física para recordar :)

Começamos com o couvert de pãezinhos sortidos, havia pão de queijo, uma mini ciabatta e um pão adocicado com castanha-do-Pará servidos com queijo Brie, manteiga com flor de sal e azeite trufado com iogurte e geleia de jabuticaba.


Como entrada, eu pedi o carpaccio de melancia. Sinceramente, foi o melhor prato da noite. Para mim, estava muito acima do pato confitado que pedi e um pouco superior ao caldo de açaí. Se não me engano, a melancia marina por 10 horas antes de ser finalizada e a textura fica muito semelhante à de carne. O prato também é composto por brotos, pinolis, chalotas, lascas de gran formaggio, um molho vinagrete de vinho Jerez e outro molho picante e também senti um óleo de gergelim bem presente.



O Gabriel pediu o "Tomate Tomate Tomate", que era um tomate recheado com queijo de cabra, mel e manjericão, servido com sementes de tomate, brotos, mais queijo e finalizado na mesa com extrato de tomate seco.


Como principal, pedi o confit de pato com molho de vinho tinto com cuscuz ao aroma de pequi e trufa com legumes. Estava muito gostoso, mas sei que não pediria novamente. Achei tudo muito adocicado para o meu paladar, especialmente depois do carpaccio, que era um pouco mais salgado. O que mais me agradou foi o cuscuz que era doce e salgado simultaneamente e trazia um aroma frutado divino (que suponho que seja do pequi, pois nunca provei a fruta).


Mon copain pediu um prato que é edição limitada, a paleta de cordeiro cozida por 24 horas com molho de vinho tinto servida com aligot (com queijo minas meia-cura, como o do Atala) e legumes na manteiga. Segundo meu professor de gastronomia, e se não me esqueci de nenhum detalhe, a paleta fica numa marinada seca com sal e temperos por várias horas, depois se retira o excesso e se cozinha a carne e junto ao vinho em sous-vide. Por último, a paleta é finalizada com forno com pinceladas de molho demi-glace. Provei do prato dele e também preferiria que estivesse um pouco mais salgada. O aligot estava saboroso, mas um tiquinho borrachudo.



Amei essa sobremesa, simplesmente amei! Escolhi esta, porque era uma das que não continha leite e que poderia apreciar sem medo! Heheheh. É um caldo de açaí, com sorvete de alface, areia de castanha do pará e peras ao vinho. O açaí é bem doce, mas o sorvete de alface e a areia compensam e criam uma confusão de texturas incrível. O sorvete com sabor verde derretendo e chegando à temperatura do caldo adocicado e profundo, a leve resistência à mordida das peras, e a aderência da areia formam uma obra completa.

Ao provar, realmente achei que houvesse leite em pó na areia, pois a textura é muito parecida! Perguntei à garçonete e ela disse que era uma farinha japonesa que incha em contato com líquidos e que muitas pessoas também haviam confundido!

Ele pediu o "Areias de Santos", embora a cor esteja mais próxima das areias do Guarujá, né? Heheheh, acho que é intencional. É um sorvete de chocolate branco, servido com areia de baunilha, farofa de castanha do caju e calda de maracujá. Não provei para dar opinião.

Harmozinamos com este vinho orgânico chileno, Novas, de 2009, que foi uma das indicações da garçonete. Não sou especialista nem conhecedora de vinhos, sequer aprecio vinhos em geral, mas essa mistura de Cabernet Sauvignon e Merlot era mais suave e acho que por isso me agradou muito. Dei uma de sommelier, sentindo o buquê e realmente senti uns aromas diferentes que não me recordo e não saberia descrever. Talvez meu problema com vinhos é que nunca havia tomado um vinho de qualidade superior, então não sabia que poderia ser tão bom!

No geral, foi um jantar inesquecível! Repetiria a experiência diversas vezes e, de fato, pretendo repetir na próxima semana! Não, não está chovendo dinheiro na minha conta. É que acontece nesta semana e na próxima, a São Paulo Restaurant Week, da qual o Guaiaó está participando. Eles servirão um jantar completo por R$47,90 com duas opções para entrada, principal e sobremesa. Ahhh, moleque.

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