segunda-feira, 29 de julho de 2013

Sopas e caldos

Mandem o frio de volta para os Andes com essas cinco receitas de sopas. Sim, a matéria está completamente mal diagramada, mas isso independe de mim, apesar de ser o meu nome que aparece na autoria. De qualquer forma, não deixem de ler "Delicie-se com cinco sopas saborosas para espantar o frio" no Yahoo!



Borscht, pho, caldinho de feijão, caldo verde e canja

sábado, 27 de julho de 2013

Pode pão sem farinha? O pão essênio diz que pode

A cada dia que voa, sinto com mais veemência que algo me impele com força em direção à pâtisserie. Sim, adoro a cozinha, adoro preparar refeições, principalmente asiáticas e vegetarianas, mas isso já é assunto para outros textos. O que mais preparo, no entanto, são pães e doces e não tenho muitas medidas a tomar com relação a isso. Adoro um bom doce, não posso negar, e, indubitavelmente, acabo preparando esse tipo de comida com mais frequência porque é o que mais sinto vontade de apreciar, mas será que também acabarei trabalhando com isso? Só o tempo dirá, não é mesmo? Ah, mas os sonhos têm inconsciência própria e decerto têm as ideias mais bem colocadas do que as nossas consciências atribuladas com insignificâncias cotidianas, e eles me pintam preparando massas numa boulangerie ou docinhos numa confeitaria... ai, ai.


Este ano fui ao Tanabata Matsuri de São Paulo no dia 7/7. Não sabíamos de nada e como havia ido visitar meu irmão e cunhada, acabamos dando uma passadinha na Liberdade à tarde antes de voltar ao território praiano. Lá nos deparamos com uma multidão de otakus assistindo a bandas cover desafinadas (produção, faça-me o favor de consertar isso?) e pessoas comuns como nós que tentavam caminhar desajeitadamente. A feirinha estava montada na praça e pode se imaginar a bagunça. Dificuldades a parte, a decoração estava muito graciosa com as lanternas e fitas coloridas e as tiras de papel com pedidos e desejos penduradas em árvores e bambus.

Singela pochete
Depois de visitar as lojas de sempre e encontrar a Itikiri Bakery como se houvesse sido saqueada (juro, não havia nada na vitrine), levei meus pais para tomar um bubble tea ou pobá, como queiram, na Tea Station Drinks ali na Rua da Glória. Também lá os otakus saqueadores haviam passado a rapa (no offense) e não havia mais pobá, portanto nada de bolinhas de tapioca nos nossos chás... :( Tomei um oolong com caramelo e gelatina de coco, se a memória não me falha.

Odeio cardápios complexos...

Bom, o que mais andou rolando e circulando e redondando por acá? Eu vos mostro:

Projeto de quilling inacabado, darei de presente atrasado de aniversário a meu maninho querido do coração s2 s2 
Uma moreninha americana suada e orgânica que veio do Mercadão
Frutas da semana: peras d'anjou, cerejas, limões, um kiwi solitário, pêssegos achatados do paraguai (adoráveis, não?) e maçãs pink lady (juro que não estourei a cor no photoshop, é natural)

E o que tudo esse asiatismo e exagero de fotos para compensar o post anterior tem que ver com a receita de hoje? Absolutamente nada. A receita-explicação de hoje é de um pão essênio, um pão das antigas, lá da época do nosso amigo Jesus, preparado com grãos de trigo brotados. Usem grãos de trigo orgânicos por favor, já que eles não serão cozidos e você vai consumir toda a casca. Eu fiz com 300 g de trigo e obtive um pão pequeno, não recomendo quantidade menor do que essa, mas não há medidas


Pão essênio

Lave os grãos e deixe de molho durante a noite com pelos menos o dobro de água filtrada. Lave novamente pela manhã, escorra e ponha para brotar em uma peneira ou em um vidro. Use um tipo de redinha para cobrir a boca do vidro ou a peneira, para que os grãos fiquem arejados. Durante o dia, deixe em local iluminado, mas não sob o sol direto. Repita o processo de lavagem (sempre escorrendo bem) a cada 4 horas aproximadamente, durante dois dias. Diminua ou aumente o intervalo conforme a temperatura ambiente: se estiver muito calor, lave mais frequentemente e vice-versa. Quando os narizinhos de broto começarem a despontar, triture os grãos no processador até formar uma massa. Cubra essa massa com plástico filme e deixe na geladeira durante 2 dias para desenvolver o sabor e a acidez. Molde como desejar, enfeite com as sementes preferidas (usei gergelim e umas folhinhas de manjericão) e seque ao sol (se o seu clima permitir) ou num forno baixinho em forma untada durante uma meia hora.

Narizinhos
Trança circular moldada

Pão prontinho, ficou com aquela textura granulosa de pão de centeio, adorei.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Coursera e relatos salivantes

Nessas férias, estou tomando um tempo para me desvirtuar da culinária. Isso não vai implicar um abandono da cozinha, não se preocupem, queridos leitores. Embora, devido à minha mente leve como pluma, abster-se de um atividade seja perigoso, pois posso me deixar levar por outros ares. Mas, não, não. Estou me mantendo ocupada com atividades familiares e seguras como leitura, desenho, filigranas, filmes, dança, patinação (e culinária, claro!), sem aprofundar-me por regiões artísticas obscuras e tentadoras.

Na última semana, iniciei um curso no Coursera, uma organização que faz parcerias com universidades e faculdades reconhecidas para trazer à rede gratuitamente cursos à distância das mais diversas áreas de estudo. Recomendo que espiem o site e se encontrarem algo que lhes chame a atenção, inscrevam-se.Os cursos relacionados à gastronomia são um pouco restritos e escassos, mas pelo menos estão lá. Se se interessar por administração ou algo assim, cursos para atender às suas necessidades não faltarão.

Os cursos são compostos por vídeo-aulas e lições a serem entregues nas datas especificadas e toda a comunicação é em inglês. Além disso, há fóruns para discussão com outros alunos e recebe-se nota pelas entregas e certificado ao final do curso. Atualmente, estou cursando "The Science of Gastronomy" pela The Hong Kong University of Science and Technology. Passou apenas uma semana (1/6), mas estou adorando! Já aprendemos sobre transferência de energia por condução, convexão e radiação e sobre como funciona a conexão entre cérebro e aparelho digestivo, como o inconsciente influencia a apreciação de um prato, etc.

Esses cursos me animaram e acabei por me inscrever em outros dois, heheh. Também no Coursera farei "The New Nordic Diet - from Gastronomy to Health" da University of Copenhagen. E no edX, participarei de "SPU27x Science and Cooking: From Haute Cuisine to Soft Matter Science" da Harvard. É, vocês leram direito, Harvard! Que divertido! Hihihih

Não pretendia, mas vou contar o que andou rolando aqui em chez Marcela para deixá-los com gostinho na boca.

Assado de sobrecoxas de frango com alecrim, couve-de-Bruxelas, mandioquinha, abóbora japonesa, tomates, dentes de alho e cebolas-pérola
Digo apenas "apetitoso".

Sauerkraut
Me joguei no chucrute e parece que deu certo. Depois de uns dois dias, o sabor da fermentação estava bom para mim, então o enfiei na geladeira. Incrementei-o com umas cebolas-pérolas, cominho, mostarda, sementes de anis e acho que só.

Bolo de chocolate com azeite (sem glúten) e Sorvete de café
Tudo da Nigelissima. Vi o episódio em que prepara essas duas guloseimas na sexta-feira. Não me aguentei e sábado fui preparar os benditos. O bolo (aqui está a receita) é delicioso, mas achei muito oleoso e pouco doce. Ficou perfeito servido com uma compota de kumquat ou com morangos assados. A Nigella (e creio que eu também) anda com essas manias de bolo sem lactose e sem glúten, sempre com bastante ovos, gordura e farinha de amêndoa (vide Bolo de fubá com calda de limão siciliano).
Alterei a receita do sorvete (link para a receita), pois não iria usar creme de leite fresco e queria descobrir se o creme de soja comum batia em ponto de Chantilly. E descobri que não bate. Mas o sorvete ficou delicioso, a diferença é que tive de tirá-lo da geladeira repetidamente para quebrar os cristais de gelo. Só faltou comê-lo como um sanduíche em pão de brioche para completar a experiência italiana heheh.

Somen em caldo de especiarias com fatias de fraldinha, shitake, acelga chinesa, brotos de feijão e cebolinha
Foi uma versão mistureba Japão/Vietnã, utilizando o caldo congelado daquele pho do mês passado.

Brigadeirão de soja
1 lata de leite condensado de soja, 2 ovos, 1 xícara de chocolate em pó, 1/2 xícara de leite de soja, 3 colheres de sopa de manteiga, 4 colheres de chá de amido de milho. Bater tudo no liquidificador, assar em forma untada em banho-maria a 120ºC por 20 minutos e aumentar para 180ºC por mais 20 minutos. Deixer esfriar, levar à geladeira, desenformar e cobrir com granulado.
Tãdã! A receita mais rápida da minha vida. E é um brigadeirão falso, pois não queria abrir uma lata de creme de soja.

Cupcakes de baunilha com morangos assados com cobertura de cream cheese e geléia de morango
Preparei-os ontem à tarde para que meu pai os levasse para meu irmão, hoje é aniversário dele. Parabéns, Gu! ;)

terça-feira, 2 de julho de 2013

Ultimato

Está decidido, consegui tirar um peso de minhas costas. A partir de hoje, publico somente as receitas daquilo que me pareça realmente relevante, inovador e para o qual não se encontre receitas em português confiáveis. O resto ficará relegado a menções e fotos. Assim, não fico me torturando com receitas que tenho que repassar incessantemente e posso me dedicar ao que mais me interessa num blog, escrever e com qualidade!

Então, vamos a mais uma sessão de descarrego, antes que possa me dedicar a escrever novamente:

Tapioca de leite de coco com baunilha com calda quente de manga e cúrcuma


segunda-feira, 1 de julho de 2013

Cupcake de chocolate vegano e cobertura de abacate

Cada vez sinto que sei menos, mas deve ser um sentimento normal no decorrer da vida. Quando o nosso universo de conhecimento é restrito, cremos que sabemos tudo que há para se saber. Aliás não há tanta coisa assim para se saber, não é? Que engano reconfortante.

Adoro o conhecimento, vivo à base dele, mas ele também pode ser culpado por me deprimir. Sempre que vejo coisas novas, que leio mais, descubro mais, percebo o quanto sou ignorante, o quanto ainda tenho a aprender. Não sou a única assim, vocês também se sentem assim, certo? Então, seria melhor que não me deprimisse por esses motivos tolos, uma vez que a vida será uma constante atualização, repleta de descobertas e aprendizagem. É inútil (e ridículo) me deprimir por que não sabia disso ou ainda não havia aprendido aquilo.

Bom, para o dia de hoje, temos um cupcake de chocolate vegano. Desculpem se faltam receitas de pratos principais por aqui, mas é que sempre acabo preparando doces... fazer o quê. Gostaria de tentar diminuir o número de receitas neste blog, para que este não se torne um simples caderno de receitas ao qual as pessoas recorrem em momentos de fome, desejo e desespero, hahah. E torná-lo mais a respeito de reflexões sobre a comida e a alimentação. No entanto, isso será bem complicado, dada a quantidade de receitas que preparo e que me compelem a compartilhá-las.



A receita do cupcake de chocolate veio do blog Chubby Vegan da Naa Veggie, com algumas alterações pour moi. A massa fica com aquele gostinho de bolo de chocolate caseiro, uma delícia. O ovo realmente não faz falta e até preparei essa receita outras vezes para não-veganos, simplesmente porque estava sem  ovos, pela praticidade e pelo sabor.

Já a cobertura verde-gosma é de minha autoria mesmo. Tem um consistência mais mole, que não segura o formato dos bicos de confeitaria, algo entre buttercream e icing. Ela rendeu o dobro do necessário, por isso congelei o restante e utilizei quando preparei os bolinhos pela segunda vez. Portanto, pode ser congelada sem maiores problemas. Ando num clima de preparar coberturas coloridas sem corantes artificiais, vamos ver no que dá.


Cupcake de chocolate vegano
Adaptada de Chubby Vegan

1 e 1/2 xícara de leite vegetal (soja, amêndoa, aveia, arroz)
1/4 de xícara de óleo vegetal (coco, canola, soja, milho)
1/4 de colher de chá de essência de baunilha
3/4 de xícara de açúcar refinado
2 xícaras de farinha de trigo
2 colheres de sopa de chocolate em pó
2 colheres de sopa de cacau em pó
2 colher de sopa de fermento químico
1/4 de colher de chá de sal marinho
2 colheres de sopa de farinha de aveia ou aveia em flocos

Misture o leite vegetal com o óleo, o açúcar e a baunilha. Em uma vasilha separada, peneire a farinha com o chocolate, o cacau e o sal. Vá misturando os ingredientes secos aos líquidos aos poucos, misturando com uma espátula. Acrescente o fermento e a farinha de aveia. Se necessário, utilize um mixer para homogeneizar a massa. Divida em forma de metal de mini muffins com forminhas de papel adequadas até a metade. Asse a 180ºC por cerca de 20 minutos ou até um palito espetado sair limpo.


Cobertura de abacate

1 abacate hass
1 colher de chá de suco de limão
1/4 de colher de chá de essência de baunilha branca
1 e 1/2 xícara de açúcar de confeiteiro

Corte o abacate ao meio e remova o caroço. Raspe a polpa com uma colher e coloque na vasilha da batedeira com o suco de limão e a baunilha. Bata em velocidade alta até que não haja mais pedacinhos de abacate. Diminua a velocidade e vá acrescentando o açúcar de confeiteiro até atingir a consistência adequada.
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Se a cobertura de abacate não tocou o seu coração (hahah), experimente as tortinhas de cacau abaixo e prometo que você não vai se arrepender! Não tenho uma receita precisa, mas aqui vai, é muito simples. Para as casquinhas, triture grosseiramente algumas nozes ou castanhas que tiver à mão e acrescente algumas tâmaras secas (e mais as frutas secas que desejar, coco ralado, gergelim, etc.). Processe até obter uma massa boa de trabalhar e ponha mais frutas secas se não estiver dando liga. Nessa versão, creio que havia usado castanha-do-Pará, amêndoas e tâmaras Medjool. Coloque em formas (individuais ou não) de torta de fundo removível, fure com um garfo e leve ao forno a 180ºC por 10 minutos para secarem um pouco. Deixe esfriar e retire das formas. Para o recheio, processe o abacate com cacau em pó, um pouquinho de limão, agave ou mel, e baunilha. Se desejar, misture também chocolate derretido no recheio. Refrigere antes de servir e tãdããã. Divinas. Confie em mim.